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11 de outubro de 2024

PERDIDOS



PERDIDOS 


Toda gente está perdida

Caminhando pela vida

Sem saber onde está

Para onde vai, onde vai chegar


Eu e toda gente

Vamos caminhando, caminhando, caminhando

Rápida e lentamente 

A um fim que não se sabe onde e nem quando.


Acho que nesta estrada

Há ninguém que saiba

O rumo de sua jornada.


Magnus 11/10/2024

9 de outubro de 2024

REVIVENDA



REVIVENDA (voltar à morada)


Se pudéssemos conter ventos

Parar o tempo

Ou reescrever a vida,

Se pudéssemos reviver infinitamente

Cada lindo presente

Que esta vida nos deu.


Tem dias que queríamos 

Uma velha pequena chance

Um pequeno roubo do passado

Um instante, um abraço

Algo mais palpável que a saudade

Algo que tirasse esta sensação 

De que perdemos coisas no caminho


Tem dias, alguns,

Quando o anjo triste pousa aqui, 

Perto de mim

Queria inverter a vida,

Mudar de direção e voltar para onde vim

Refazer algumas coisas

E depois voltar e seguir.


Magnus 09/10/2024

Hoje aniversariava o Tuim

NUDEZ

 



NUDEZ


Ah, este amor, mulher

Este teu jeito de esconder

Este medo de dizer

O que realmente quer


O que seria para amar

É, em ti, motivo de fugir

De não se dar, não vir

Não se entregar


Veja minha nudez

De alma e de coração

Pode ser que não 

Haja uma outra vez


A grande beleza de me saber

Tudo, tudo sobre quem sou

Deveria ser o oposto do temor

Devia me fazer te merecer.


Magnus 09/10/2024

1 de outubro de 2024

CORALINANDO (intimismo)


 


CORALINANDO (intimismo)


Sou daqui, de um vilarejo suburbano

Criado na rua e no quintal 

Menino de jogar bola no campão

Brincar de dardo, malha e rolimã

Carrinho de lata, esconde-esconde

Pega-pega e escorregar no barranco

E entre coisa e outra, um livro

E brincar com o pensamento

Que virava palavra para dizer

O que a timidez impedia 


Eu era dois ou três personagens de mim mesmo

Moleque de subir no telhado, correr de bicicleta

Brincar até cansar, sem hora para comer

Sem hora para entrar (em casa)

Até a mãe chamar, até a mãe gritar, até o pai mandar

Aluno dedicado, nos números e nas letras

Quase sempre bem passado, cada ano, cada tempo

Na solidão, conversava com o pensamento

Desde tenro, era com a caneta e o papel que me confidenciava

Encantos infantis, temores de noites intermináveis, 

Sensação de que o tempo fluiria veloz feito raio

Tudo virava palavra e pensamento por onde eu podia viajar

Entre o que era, o que não era real e o que eu quisesse sonhar.


Assim como Coralina

Tornei meus escritos, companheiros

Relatos de uma vida,

Sonhos verdadeiros,

Outros, passageiros  como aqueles tempos ... 

De repente, não sou diferente dela

As escritas coadjuvaram minha história

Diante do protagonismo das necessidades.


Magnus 01/10/2024


Coralinando


 


CORALINANDO


Do ar de Goiás

Entre comidas, cheiros e calor

De seu interior

Vi em fervura de fogo brando

Sair borbulhando

Palavras em cada canto

Preparadas com carinho, temperadas

Sovadas e bem passadas, 

Com o café que se coa lentamente

E depois se degusta com cocada assada

Me vi palavras bebericando

Coralinando

Pelas margens do rio quente

Senti as frases de poesia

E a doce lentidão do dia

Que ao poucos rapidamente se passou

Para agora já ser saudade

E das frases ricas da simplicidade

Cheias de sabor 

Fermentou-se, naquela pradaria, o amor

De uma vida salpicada de poesia ...


Magnus 01/10/2024 


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