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14 de dezembro de 2024

... O CORAÇÃO CANTAR



... O CORAÇÃO CANTAR


Foi o que senti

Porque te vi

Na barriga, um frio

No corpo, arrepio

Um enrubrescer

O querer

O sangue pulsar 

E o coração, disparado, cantar.


Magnus 14/12/2024

"MAS"

 


"MAS"

De repente, depois de uma frase,

Me veio aquela conjunção adversativa

Tem vez que ela me serve bem

Como desculpa para alguém

Uma fuga, ou simplesmente uma alternativa


O "mas" é um caminho, uma opção

Um anjinho sussurrando um "sim",  outro, um "não"

É a contradição verbalizada

Um repensar, a bifurcação de uma estrada

E assim, neste caminhar, quando você me vem

Com pomposidade e elogio, mas também

Me vem com o "mas", para me desesperar, desesperançar

Mostrar para mim

Que não sou tanto assim.

Noutras, depois de criticar

Vem a conjunção me consolar

E mostrar para mim

Que não sou assim tão ruim.


Depois de tudo, não sei mais

O quanto prezo o "mas"

Tá mais para coisas más

Do que as boas

Quase sempre é água fria

No que eu achava ser alegria.


Magnus 14/12/2024

 


AINDA DÁ TEMPO DE REALIZAR SEU SONHO


Crônica

AINDA DÁ TEMPO DE REALIZAR SEU SONHO
por Magnus Quandt de Freitas


Recebi, em forma de divulgação comercial, uma mensagem com esta assertiva: ainda dá tempo de realizar seu sonho. 

Evidente que se fosse janeiro, a frase faria pouco sentido ou seria bem menos impactante, mas é dezembro.

A frase é provocativa para o coração romântico, uma passagem para viajar em pensamentos, um convite para a reflexão, uma motivação para confrontar a felicidade.

A pergunta então, veio quase como um lampejar a me provocar: - quem eu desejaria e o que seria este sonhar?

Vale aqui a grande liberdade de pensar em qualquer pessoa (não vale os rodrigos hilbert ou as paolas oliveira). Então, quem seria a pessoa com quem eu ou você desejaria estar e realizar este sonho?

Um estrada longa, uma música, o sorriso lindo, o pensamento que imagina o que está por vir, como serão os caminhos daquele corpo, como será a boca com beijo sabor vinho, como serão o abraço, o deslizar de corpos suados, o gemido escapado, o sussurro tentador, o dançar dos quadris, o olhar nos olhos enquanto os corpos flutuam ... e assim me deixei adentrar neste universo delicioso dos sonhos loucos, dos pensamentos sinceros, dos quereres desinibidos, proibidos ou não.

De repente me dei conta do quão é profunda esta pergunta e surpreendentemente difícil a resposta. 

Pensei nos sonhos do desejo, fazer amor proibido, fazer loucuras, deixar o corpo ser senhor do momento e se permitir despudorar-se, libertando-se, naquele instante, de tudo que pudesse inibir o êxtase daquele momento, mas (esta conjunção adversativa, o "mas", às vezes é ducha fria, né?) este momento não carrega a profundidade do sonho que a frase provoca, ou carrega a essência do sonho?

O desejo é um lugar de infinitas possibilidades dependendo de quem sonha.

Pensei, então, num jantar romântico em Paris, no Terraço Itália, numa praia deserta, em Santorini, num bangalô em Bora Bora, em Veneza ou em qualquer lugar paradisíaco, mas (olha o "mas" de novo!!!), são lugares, lindos, mas o sonho deve envolver coração, uma pessoa que só de olhar meu coração dispare, uma pessoa que seja linda antes, durante e depois do amor, que sorria de manhã enquanto se espreguiça lindamente, uma pessoa que seja quem serve ou que seja servida, o que importa ... e que eu queira ficar parado olhando seu jeito ou que corra de mãos dadas comigo feito criança. Quero alguém que eu vele o sono e admire o modo que dorme e que ame a cara amassada no despertar.

Estou aqui sorrindo e rindo de minha incapacidade absoluta de exercer esta escolha.

A resposta está, talvez, na inversão da pergunta: quem eu não suportaria perder.

Então, está respondida.

14/12/2024

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