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19 de abril de 2012

Rio Nunca Fica Arrependido


Rio Nunca Fica Arrependido

Sou aquele rio
Que desaguou no mar
E depois queria voltar
Lá para a montanha
Onde era meu lugar
Lá onde o gelo
Não fazia lágrima
E eu não podia chorar

Sou aquele rio
Que rio não queria ser
Nem enfrentar as pedras
Virar corredeira, descer
E chover feito cachoeira
Respingar garoa
Chegar num vale e me fazer lagoa

Assim, não fosse eu um rio
Não precisaria viver
Este destino incerto
De não se saber
Se vou inundar o deserto
(da solidão)
Ou desaguar no mar
(de um coração)
Fazer florescer
(uma paixão)
Porque neste rio de amar
Somos enchente e salvação
Medo e paixão.

Assim, fosse eu um rio
Faria do caótico, esperança
Por onde fosse passar
Cachoeira, riacho, corredeira ...
Por onde fosse desaguar
Deserto, lagoa, mar...
Pelo que fosse me transformar
Represa, chuva, lágrima...
Fosse qual fosse o caminho
Longo, curto, dividido
Seja qual fosse meu destino.

Então, sê rio, o rio nunca fica arrependido.


Magnus 18/04/2012

5 comentários:

É importante saber sua opinião. Obrigado, Magnus

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