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2 de junho de 2017

HUMILDADE E PERVERSIDADE


HUMILDADE E PERVERSIDADE (TEXTO SEM REVISÃO)

Como ainda podemos, nos dias de hoje, era de tanto conhecimento e tecnologia, admitirmos como normais as desigualdades do mundo em que vivemos?

Precisamos da humildade para reconhecermos nossa enorme ignorância, nossos equívocos e nossa alienação.

Somos, salvo muito rara exceção da qual eu e você certamente não fazemos parte, um exército de egoístas, hipócritas e tolos.

Se há um Deus , se há as filosofias da bondade, se há tantos cultos ao amor, se há uma ideologia comunista, se há uma pregação de fraternidade, e se cada um de nós acredita em um destes caminhos como justo e correto, somos realmente hipócritas.

Estes ideais humanos nos levam ao reconhecimento de que estamos na direção contrária daquele que reconhecemos como o caminho do bem verdadeiro. Reconhecemos os bons preceitos, mas não conseguimos praticá-los.

Se alguém não crê em nada disso, será talvez ainda pior, alienado ou uma pessoa essencialmente má na mais singela interpretação da palavra, porque sequer consegue se enxergar enquanto e apenas uma pequena parte neste universo, que deve reconhecer que o respeito à vida e a viver dignamente é um direito de todos, desde o nascimento até a morte.

Não importa em qual ideal fincamos nossa fé e nossa perspectiva de conduta, a maioria das religiões e das ideologias nos levam ao mesmo lugar, a crer num mundo fraterno, pacífico, de amor, de justiça, de igualdade e de respeito.

O problema é que cada um de nós reconhece tudo isso mas não consegue transformar este reconhecimento em ação, ao contrário, cria uma série de desculpas para se enganar e admitir como justa uma civilização de diferenças tão gritantes.

Construímos um mundo muito injusto. Temos consciência disso. Então como podemos conviver com esta verdade de forma tão indiferente?

Nossa bondade se restringe ao ideal e não sobrevive no mundo real. Transformamos o bem em utopia como uma justificativa para as mazelas com as quais  aprendemos a conviver.

Há fome. Há crianças morrendo no mundo. Há quem se ache dono do planeta. Há quem se ache no direito de explorar as riquezas do planeta para seu próprio beneficio. O interesse econômico se sobrepõe à vida. Estamos destruindo o planeta. Estamos exterminando a fauna e a flora. Estamos condenando milhões de pessoas a pobreza, a doenças e a uma vida indigna e nem notamos mais o que está errado e o quanto erramos. Estamos condenando as futuras gerações a um inferno sem perspectivas ou à própria extinção.

O que é dignidade?

Dignidade é ter direito a saúde, a acesso ao conhecimento e à renda, a morar, a ter lazer e à felicidade, essencialmente.

Queremos dignidade de uma forma egoísta, ao olhar de nosso próprio interesse e felicidade.

Devemos querer a dignidade para todos, respeitá-la enquanto uma necessidade universal.

Devemos respeitar todos os habitantes deste planeta e respeitar o próprio planeta.

Somos todos passageiros por um breve tempo de vida nesta pequena nave cósmica chamada terra. Temos a responsabilidade de manter este planeta sadio para as gerações futuras, mas também temos a responsabilidade de construirmos um ideal de fraternidade e amor.

Não somos bons o suficiente para isso. Sequer somos bons. Apenas conduzimos nossa existência ao bem de nossa própria satisfação, mas nem isso fazemos direito. Nos tornamos seres insatisfeitos e infelizes. Não conseguimos ser bons nem para nós mesmos.

Tudo porque somos piores quando estamos do lado de fora de nossas crenças e ideais. Somos senhores da injustiça, da maldade, do ódio, da discriminação, do descaso, do egoísmo e da alienação. Não somos humildes o suficiente para reconhecermos nossa imensa incapacidade de criar um mundo justo.

É preciso combater cada uma de nossas mazelas para transformar nossa civilização em "humanidade". Somos seres dotados de instintos primitivos de sobrevivência e perpetuação. Somos muito mais suscetíveis a estes instintos do que à fraternidade. Temos lapsos de fraternidade num oceano de egoísmo e vivemos diariamente nos convencendo que somos bons. Não somos, apenas temos esta necessidade de amenizar nosso peso de consciência através destas ilhas de fraternidade.

Mas não podemos nos conformar com esta natureza humana egoísta e perversa. Precisamos construir o mundo da fraternidade, crer que ele pode sobreviver do lado de fora de nossa consciência.

Antes, porém, precisamos da humildade para reconhecer nossa imperfeição e coragem para não aceitá-la como algo normal e cotidiano. Errar não é humano, errar é um "erro" e deve ser evitado.

Há lá fora um mundo abandonado, um planeta agonizante e pessoas famintas de alimento para o corpo, para a alma, para o coração e para a consciência.

Afinal, em qual mundo queremos morar?

Magnus
02/06/2017

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