UM COPO VAZIO
Na mesa
Há um copo vazio
Com uma certeza:
Não partiu
O que nem chegou
Se sou
O que da fonte bebi
Haverá em mim
Nada de ti.
Magnus 26/06/2025
Este é um blog onde compartilho com o leitor meus textos e poemas. Seja bem vindo e deixe seu comentário.
UM COPO VAZIO
Na mesa
Há um copo vazio
Com uma certeza:
Não partiu
O que nem chegou
Se sou
O que da fonte bebi
Haverá em mim
Nada de ti.
Magnus 26/06/2025
COPO VAZIO
Não se mata a sede com copo vazio
Então o que não passou de sonho
Nunca existiu.
Por que então insistir neste caminho
Se além do sonho, sigo sozinho?
O desespero da sede causa alucinação
A ânsia por paixão
Nos leva para longe da estrada
Cada vez mais distante, mais desesperador
E no fim, aquele grande amor
Sempre foi ilusão e mais nada.
Nem vazio, nem meio cheio. transbordando
Assim que quero: matar sede degustando
Aos goles brandos, lentamente
Colocar o copo em água corrente
E o coração carente
Numa caixa trancada e jogar a chave fora
Mandar a dor embora
Magnus 26/05/2025
ALEGORIA
Depois que partiu
Penso que deveria ter amado mais
Mas, não existe "se" nem "mas"
Aquele abraço não dado
Aquela declaração não dita
Não fazem parte do passado
Outros abraços foram dados
Outras palavras foram ditas.
Sou a soma de tudo que fiz
E de tudo que carreguei até aqui
Sou as noites sem fim tentando dormir
E outras muitas em que acordei feliz
Dei os abraços que deveriam ser dados
Sob a realidade em que vivia naquele momento
Os caminhos caminhados
Eram os que eu tinha para caminhar
Passos acelerados, outros, devagar
Mas, mesmo assim, em algum momento
Vêm no pensamento, coisas que mudaria
Mas, fazem parte de um mundo que não existe
Nada mais que ficção, mera alegoria.
A vida é assim:
Sou o que vivenciei,
O que não vivi não faz parte de mim.
Magnus 08/06/2025
AMAR ALGUÉM
Te amo com toda a força que há em mim
Mas, às vezes, acho que ainda assim
Não amo o bastante
Porque eu deveria amar cada instante
Dia, hora e segundo, acordado ... dormindo
Porque é para você que sempre estarei indo
Então, todo meu corpo, minh'alma, meu coração
Sempre seguirão em sua direção
E você é com quem eu quero acordar
E quando você não estiver, de saudade vou morrer
Mesmo que não esteja só por uma hora,
Mesmo que seja uma pequenina demora.
Quero te amar, então me deixa te amar
Então seja minha, me deixa te beijar
É tão bom existir
Ao mesmo tempo em que você está aqui
Nesta incompletude do verbo amar
Só me tornarei completo quando você chegar.
...
Às vezes acordo, no meio da madrugada
Com este desejo de ser alma amada
E amar assim, ter alguém para mim
Que me faça suspirar, amar, amar e amar
Magnus 08/06/2025
UM DIA DO NAMORADOS
Sou sozinho, não sendo
Não estou sozinho, estando
Quem quer namorar comigo
Se namorar não consigo?
Não por falta de querência,
Tampouco falta precisão,
Desgosto da ausência
Que povoa meu coração
Preciso "readolescer"
Reavivar, pulsar, reviver
Então quero namorar sim
Antes do amanhecer
De acordar, de receber
As cargas de onde vim.
Magnus 07/06/2025
O SINO DO TEMPO
O primeiro badalo, ninguém
Porque não havia alguém
Segundo badalo, um olhar
Uma semente para brotar
Terceiro badalo, outro olhar
Uma flor para desabrochar
Quarto Badalo, perfume no ar
Respirar, suspirar.
Quinto badalo, falar
O som da voz faz dançar
Sexto badalo, encantamento
Sonhos povoam o pensamento
Sétimo badalo, paixão
A vulnerabilidade do coração
Oitavo badalo, ansiedade
Estranha espécie de saudade
Nono badalo, despertarNem o tempo pode separar
Décimo badalo, amor
Nada, nada possui mais cor
Décimo primeiro badalo, proximidade
Sonho versus realidade
Décimo segundo badalo, medos
Revelações e segredos
Décimo terceiro badalo, passou do meio dia
Algo não arde mais como ardia
Décimo quarto badalo, o tempo
De repente deixou de ser lento
Décimo quinto badalo, a paz da monotonia
Ligeiros, passam dia após dia
Décimo sexto badalo, desencaminho
Ser alguém sem ser sozinho
Décimo sétimo badalo, tempestade
Sonhos versus realidade
Décimo oitavo badalo, entardecer
É preciso reacender
Décimo nono badalo, espera
Flor vai cair na terra
Vigésimo badalo, a noite de luar
Ninguém mais quer olhar,
Vigésimo primeiro badalo, distantes
Nada há do que era antes
Vigésimo segundo badalo, estranhos conhecidos
À procura dos caminhos perdidos
Vigésimo terceiro badalo, aridez
O silêncio outra vez
Vigésimo quarto badalo, ciclo ou fim
Deserto de ti em mim.
Que horas são?
Magnus 07/06/2025
/
A FLOR
Havia uma semente
Que queria brotar
Seria flor.
O solo era bom
Mas precisaria cuidar
Para ser flor
A fragilidade da semente
Atirada ao chão
Não vingou
Não virou amor.
Medo de ser chão
Medo da flor crescer
Para inevitavelmente, um dia morrer?
Talvez não queria o estorvo do amor
Talvez estivesse repleta de "talvez"
Que não sabia o que fazer
E por isso nada fez,
A flor nunca pariu
Virou uma gota que não caiu
Não matou sede, não virou rio.
Magnus 06/06/2025
O SORRISO SEMPRE VOLTA
Quando alguém resolver partir
Ficar aqui, dado guarida à dor
Não prova amor, só a perda
Dos sonhos de sonhador
Quem gosta de ser trocado
Deixado de lado, desesperançado?
Quem parte, leva a dor menor
A outra, maior é de quem ficar
Dar guarida à dor não vai te redimir
Vai sentir, vai se recolher
Tentado reviver o que te fazia sorrir
Buscando em si, erros que teria cometido.
Depois, vai tentar fazer a dor passar,
Buscar e menos dolorido dos caminhos
Voltar ao ninho que já não é mais teu
O amor não venceu (nem sempre vence)
Se perdeu em algum lugar
E lá onde ele está, você não está mais
E a paz que agora foi embora
Ainda vai voltar e povoar teu ser ...
Com o tempo vai perceber
Que o sorriso voltou a fazer parte de você.
Magnus 03/06/2025
MOLHAR
Nos tempos de descoberta e encantamento
Para que floresça o amor
Há que se cuidar do regar
Nem a rosa do deserto dá flor
Sem o cuidado do regado
Sem o regador
Tempos de germinar
De transformar encanto em canto
De cantar óperas de amar
Então, é preciso compor
Em presenças, gestos e atenção
Esta canção de amor
Isto é regar
Para dar, ao amor
A chace de sentir
De seguir
Sem o abortar
Antes mesmo de existir.
É preciso ... é preciso
"Desregar" o medo
E regar amor
Para ele vingar
(o resto, só o tempo dirá)
Magnus 03/06/2025
INDIFERENÇA
Qual ser não praticou a indiferença?
Sair da vida de alguém sem ser notado
Notar que nunca haverá passado
Entre a gente
Porque não há presente
Só um alguém indiferente
À minha (tua) ausência
Gritos que não são ouvidos
Sonhos não vividos
E de repente, saio simplesmente
e, simplesmente, sequer sou notado
Falas sem respostas
Ausência não sentida
E segue a vida ...
Talvez nem seja desprezo ou similar adjetividade
Só a ausência da importância
e ainda assim, me submento a ser um "like"
Um seguidor, uma numerância
Ser da migalha e da futilidade.
Afinal, somos o que nos permitimos ser!!!
TODO DIA É DE ADEUS
No seguir os caminhos meus
Tantas vezes são de Adeus
Alguém, de repente,
Não verei nunca mais
E nos caminhos desta gente
Ficarão para trás
E nunca mais cruzarão os meus
Serão de Adeus sem Adeus.
Magnus 01/06/2025